A
importância da adaptação do aparelho de amplificação sonora individual nos
primeiros anos de vida
O diagnóstico precoce da deficiência
auditiva em crianças, e o início da intervenção o mais cedo possível, são
apontados como determinantes no desenvolvimento auditivo e de linguagem, com
importantes implicações no processo de inclusão social e desempenho comunicativo.
Muitos autores referem que, para um
melhor prognóstico, o diagnóstico e a intervenção devem ocorrer antes dos 6
meses de vida, garantindo, assim, o melhor aproveitamento do potencial auditivo
da criança. Além disso, interferem nesse prognóstico, o uso efetivo do aparelho
auditivo ou Implante Coclear, as expectativas dos familiares, o grau de
envolvimento com o tratamento e os aspectos relativos às condições
socioeconômicas e culturais.
O trabalho fonoaudiológico que visa à
aquisição da oralidade tem sido um dos principais eixos de propostas clínicas
para a criança com deficiência auditiva. Implica considerar suas
particularidades na constituição do desenvolvimento social, emocional, psíquico
e cognitivo, além de reordenar as situações de interação, favorecendo, assim, o
modo de comunicação desse grupo de pacientes.
Porém, para que esse ideal seja
alcançado, é necessário que os pais das crianças com deficiência auditiva
entendam o que buscam no Serviço de Saúde Auditiva, para fazer suas escolhas
com clareza e discernimento, compreendendo as potencialidades de seus filhos e
ajustando suas expectativas no decorrer desse processo.
Os contatos da família com o
fonoaudiólogo no processo de adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual
(AASI) servem também para a explicitação dos objetivos do tratamento e das
opções clínicas e educacionais disponíveis na comunidade. No âmbito da saúde
auditiva, é fundamental esclarecer, ainda, a função do uso de amplificação para
o desenvolvimento auditivo e de linguagem oral.
A intervenção envolve diversos
profissionais com capacidade de absorver e atender com cautela essa demanda de
pacientes que precisam de atenção especial. Desta forma, é importante que o
profissional da saúde tenha condições de perceber as mudanças que eventualmente
ocorram no contexto familiar, as angústias diante do problema e as possíveis
negações, para que possa contribuir no processo de reorganização da família
diante do diagnóstico, acompanhando o desenvolvimento da criança.
Fonte:
MIGUEL, Juliana Habiro de Souza
e NOVAES, Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby. Reabilitação auditiva na criança: adesão ao tratamento e ao
uso do aparelho de amplificação sonora individual. Audiol.,
Commun. Res. [online]. 2013,
vol.18, n.3, pp.171-178. ISSN 2317-6431.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312013000300006.
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