terça-feira, 27 de setembro de 2016

A importância da adaptação do aparelho de amplificação sonora individual nos primeiros anos de vida


     O diagnóstico precoce da deficiência auditiva em crianças, e o início da intervenção o mais cedo possível, são apontados como determinantes no desenvolvimento auditivo e de linguagem, com importantes implicações no processo de inclusão social e desempenho comunicativo.
     Muitos autores referem que, para um melhor prognóstico, o diagnóstico e a intervenção devem ocorrer antes dos 6 meses de vida, garantindo, assim, o melhor aproveitamento do potencial auditivo da criança. Além disso, interferem nesse prognóstico, o uso efetivo do aparelho auditivo ou Implante Coclear, as expectativas dos familiares, o grau de envolvimento com o tratamento e os aspectos relativos às condições socioeconômicas e culturais.
     O trabalho fonoaudiológico que visa à aquisição da oralidade tem sido um dos principais eixos de propostas clínicas para a criança com deficiência auditiva. Implica considerar suas particularidades na constituição do desenvolvimento social, emocional, psíquico e cognitivo, além de reordenar as situações de interação, favorecendo, assim, o modo de comunicação desse grupo de pacientes.
     Porém, para que esse ideal seja alcançado, é necessário que os pais das crianças com deficiência auditiva entendam o que buscam no Serviço de Saúde Auditiva, para fazer suas escolhas com clareza e discernimento, compreendendo as potencialidades de seus filhos e ajustando suas expectativas no decorrer desse processo.
     Os contatos da família com o fonoaudiólogo no processo de adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) servem também para a explicitação dos objetivos do tratamento e das opções clínicas e educacionais disponíveis na comunidade. No âmbito da saúde auditiva, é fundamental esclarecer, ainda, a função do uso de amplificação para o desenvolvimento auditivo e de linguagem oral.
     A intervenção envolve diversos profissionais com capacidade de absorver e atender com cautela essa demanda de pacientes que precisam de atenção especial. Desta forma, é importante que o profissional da saúde tenha condições de perceber as mudanças que eventualmente ocorram no contexto familiar, as angústias diante do problema e as possíveis negações, para que possa contribuir no processo de reorganização da família diante do diagnóstico, acompanhando o desenvolvimento da criança.

Fonte:
MIGUEL, Juliana Habiro de Souza  e  NOVAES, Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby. Reabilitação auditiva na criança: adesão ao tratamento e ao uso do aparelho de amplificação sonora individual. Audiol., Commun. Res. [online]. 2013, vol.18, n.3, pp.171-178. ISSN 2317-6431.  http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312013000300006.


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